Olá, blogueiros ciumentos, não-ciumentos e pseudo-não-ciumentos. Quem posta aqui é Ettore, o mesmo irresponsável pela Literatura de sempre, mas que dessa vez resolveu se intrometer nos assuntos dos outros irresponsáveis. Assim seja, hoje vou falar sobre um filme de 1945: “Amar Foi Minha Ruína”. Um nome muito sugestivo em português, já que em inglês o filme se chama “Leave Her to Heaven”. Confesso que a tradução para a nossa complicada (mas ainda sexy) língua ficou mais apropriada, dando inclusive duplo sentido* à obra. O duplo sentido eu explico depois que eu contar um pouco da história =) Richard Harland (interpretado por Cornel Wild) conhece Ellen Berent (Gene Tierney), uma mulher do tipo hot poderosa + inteligência sensual.
Ambos logo se apaixonam e se casam. Tudo está lindamente normal até o dia em que Danny, o irmão mais novo de Richard, que tem problemas para andar e que, por isso, é muito apegado ao irmão, passa a morar com o casal. Ellen divide seus extravagantes ciúmes entre o cunhado e o trabalho do marido, que era escritor. O clima, com o passar do filme, vai ficando pesado e Ellen, cada vez mais obcecada pelo amor do esposo (mas isso não impede que ela continue linda, com uma maquiagem impecável e com um figurino para lá de chique e característico da época). Um dia Danny resolve, estimulado por Ellen, entrar num rio para nadar, mas acaba se afogando e pede ajuda da cunhada. No entanto, Ellen aproveita sadicamente a morte de Danny, mantendo em sua boca paralisada um ódio e uma felicidade notáveis.
Depois disso, o casal vai morar com a família de Ellen, formada por sua mãe e sua não mais que bela (mas com certeza melhor-intencionada) irmã. Os ciúmes de Ellen por sua própria família atingem um nível tão alto que ela resolve engravidar de Richard na tentativa de mantê-lo perto. Até que a pobre coitada percebe que teria ciúmes da própria criança que estava em sua barriga e finge que caiu sem querer das escadas, perdendo o seu filho. A família de Ellen e seu marido percebem que há algo de errado com a mulher... Essa opinião compartilhada gera uma aproximação entre Richard e Ruth (irmã de Ellen). No final da história, como não vou contar pra vocês..., tudo fica bem. Há! Desculpa, mas vocês sabem que eu freqüento o CFHA (Contadores de Final de Histórias Anônimo) e tenho que me comportar. *Quando ao duplo significado do nome em português... posso dizer que na verdade é um triplo significado. Ellen ficou arruinada ao amar, porque acabou tendo um final triste. Richard ficou arruinado ao amar, porque acabou sendo preso em decorrência das grandes peripécias de Ellen. Ruth ficou arruinada ao amar, porque se apaixonou por Richard e teve que enfrentar as duras queixas da irmã. Vale à pena assistir esse filme, que, apesar de antigo, é um excelente companheiro de cama numa tarde tediosa. Algo que me chamou muito a atenção foi o cenário extremamente detalhado e bem feito. Existem muitos enfeites, papéis de parede, móveis e decorações em geral que fazem com que você seja transportado para o mundo daquela época. As roupas também não deixam a desejar, sobretudo às de Ellen, que sempre está com novos modelitos a cada cena. Tudo isso teve um preço, é claro: “Amar Foi Minha Ruína” foi o filme mais caro feito pela Fox em 1940´s. Assisti, vi e recomendo “Amar Foi Minha Ruína”. Até a próxima, blogueiros pseudo-não-ciumentos, não-ciumentos e ciumentos.
Curiosidade: o nome do filme em inglês, “Leave Her To Heaven”, faz referência a obra Hamlet de Shakespeare, quando um homem é aconselhado a não se vingar de uma mulher, deixando-a prestar contas no Paraíso. Uma certa ironia, de certo modo.
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário